Depois de uma manhã repleta de
compromissos, retornei para casa com uma única tarefa: lavar roupa! Sim isso
mesmo, um lindo de dia de sol, beirando seus 33 a 35 graus e a minha refrescânsia não seria a beira de uma piscina
tomando agua de coco, nem mesmo num
delicioso banho de mar, ah como eu queria... minha refrescânsia seria na garagem, no tanque para lavar roupas, é o
que tenho pra hoje!
Organizei toda a estratégia para
cumprir minha tarefa domestica: comprei sabão em pó, separei as roupas por cor,
esvaziei os varais que tinham roupas secas, e segui para a minha missão.
A garagem de uma casa é sempre um
lugar que vai te trazer surpresas; acredite, ainda mais quando você só visita
ela, um ou duas vezes por semana ficando somente 30 min, tempo de largar a
roupa suja de um lado, e já retirar alguma peça limpa que ficou no varal.
E neste ambiente, pouco visitado
que animais exóticos e mesozoicos costumam surgir para nos assustar e falo
isso, falando sério, bem serio.
Ao entrar na garagem, já percebi
o clima de bagunça, eita...não sairei daqui tão cedo, enquanto este ambiente
não estiver em tom bem apresentável, pensei.
Ao me aproximar do tanque, liguei
a torneira no máximo, comecei a arredar
os baldes e nesse momento, eu vi “ o
estranho bicho na parede”.
Detalhe ele passou num jato de
minuto, e o pior, eu já tinha feito tanta propaganda da lavação que eu ia fazer
nesse dia que as minhas irmãs estavam até torcendo por mim, fiz questão de
colocar várias fotinhos de tudo o que eu estava fazendo em nosso grupo do
whatss, para tentar gerar uma certa curtição do momento.
E novamente, falando do “estranho
bicho” bem ele passou ligeiro, eu nem identifiquei quem era, rato, carrasco, arranha, ou algum
inquilino que eu ainda não conhecesse hospedado por ali, mas a questão é que,
quando eu vi, eu já me alarmei inteira e pensei:
_ Bah,
lasquei...#MissãoLavarRoupasFail.
E nesse momento, sai de fininho,
sem fazer grandes barulhos e fui pra perto da centrifuga, fiquei ali olhando
pra torre de roupas que precisava ser
lavada, e isso me causou um grande desconforto pois não poderia desmerecer uma
tarde de sol como aquela, por conta de um “ estranho bicho”.
Por um momento, me encorajei e
pensei: _ Vou fazer o máximo de barulho, ligar a mangueira e esguichar muita
água, se o “bicho” aparecer eu molho ele e ele vai embora.
E quando eu me preparava para por
o meu grande plano em prática...bastou arredar um balde do lugar, que o
misterioso e “ estranho bicho na parede”
se mostrou; era uma lagartixa... sim só isso uma lagartixa.
Mas, cabe a mim, frisar a vocês
que as lagartixas nascidas e residentes em Criciúma, principalmente no Bairro
4ª linha, elas são diferenciadas; essa que me causou tamanho susto tinha uns 12
a 15cm, ou até um pouco mais, era graúda, como se diz por aqui, e era muito
ligeira e de cor bem escura, tanto que se camuflou no sarapico da parede, parecida um pedaço de parede se movendo, e isso
me assustou ainda mais.
Sinceramente, depois disso eu ri
de mim, que quase perdi de lavar 4 varais de roupa por conta de um simples
vulto de um estranho bicho na parede, pense o tamanho da minha culpa depois,
passando a semana toda com aquela torre de roupa suja encalhada!
Mas, vendo por outro lado, e isso
que me motivou a escrever sobre o assunto, eu me pus a refletir em quantas
vezes isso acontece na minha vida, e no meu dia.
Quantos dias eu me deixo
“assustar” pela sombra de um “estranho bicho que vi na parede”.
No meu caso eu encontrei uma
lagartixa bem inocente, que na verdade estava ali, escondida entre o vão do
tanque e um balde, nada demais, porém a situação me fez temer por algo tão
gigantesco que quase abandonei a minha tarefa principal, quase larguei a minha
missão, quase larguei o meu sonho.
Na nossa vida, esse “estranho
bicho na parede” pode ser a nossa falta de fé, pode ser insegurança, pode ser
auto-piedade, pode ser desânimo, pode ser angústia ou tantas outras coisas.
E o que vale destacar é que,
sejamos firmes, podemos até tremer na base, mas não podemos desfalecer,
precisamos seguir a diante, em frente e
confrontar aquilo que nos causa medo, a ponto de medir o tamanho da sua
periculosidade.
Ao final, encerrei o meu dia de
“Amélia” com 4 varais de roupas lavadas a mão, muito perfumadas e torcidas na
centrifuga. Eu estava exausta ao final do dia, porém muito feliz e orgulhosa de
mim mesma, por ter apenas tremido, e não ter desistido.
Apenas desista, de desistir.
Encoraje-se é momento de confrontar os seus medos!
Abraços,
Priscila Dritty
Um comentário:
👏👏👏 até fiquei com medo.kkkk.
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